sexta-feira, 3 de maio de 2013


Há alguns paradoxos na indústria cultural. Por exemplo, a imposição de um roteiro concorre com a emergência de subculturas - mas neste capitalismo, que é anti-essencialista por definição, as subculturas trafegam da margem ao mercado com muita rapidez. Dessa dialética nasce fenômenos como brancos cantando músicas de negros, em uma forma pasteurizadamente adequada para ouvidos da "tradição ocidental". Outro exemplo paradoxal da indústria cultural: a divulgação massiva de um lado A de determinado artista cria um nicho produtivo de ouvintes lado B, àvidos pelo erro, gravações solenemente esquecidas, bootlegs. Isto é verdadeiro para os Beatles, Radiohead, Los Hermanos... Também é para Amy. "Amy Winehouse live at BBC" traz uma Amy sofisticada, com uma voz estonteante, em gravações excepcionais, arranjos menos vendáveis. Um álbum para ouvintes lado B.



Atenção para músicas da fase Frank, inclusive Best Friends e as interpretações límpidas de Rehab e To know him is to love him.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Tô Loka...taí pra galera esquizo-orientada uns sons bizarros pra alimentar essas conexões sinápticas sem eixo....

Tem uma moça muito simpática e perturbada que decidiu tocar baixo acústico e cantar ao mesmo tempo. Ela janta o baixo e vomita o que soborou nas melodias que canta. É um circuito orgânico-sintético de cocô, música e alcachofras. O som dela tem uma pegada que mistura jazz e (neo)soul. É bem massa.





Taí um album interessante...

Rádio Music Society (2012), gosto particularmente de "I can´t help it" mas atenção! tem algumas coisas meio perturbadoras



http://povosdamusica.blogspot.com.br/2012/10/download-esperanza-spalding-radio-
 music.html

Tem também um jão que toca saxofone, Chris Potter que é torto que nem minha alma. Daqueles que você ouve e sai andando pendendo pra um lado da rua. É um som meio jazz fusion trans-humano

Curto pra xota esse album aqui  http://jazzmarginal.blogspot.com.br/2011/06/chris-potter-ultrahang-2009.html





Destaque para "Facing East" e " Time's Arrow"

sábado, 20 de abril de 2013

De fazer chorar

E esse canto manso
Representa o descanso
Desse antigo ambiente
Onde esta aquela gente?
Os fregueses já se foram
E ate o choro que eles tocavam...


E saber que o futuro de uma compositora como essa mulher (Leci Brandão, aprendiz/"afilhada" de Cartola) seria perecer no plano secundário no tempo de sucesso do Cacique de Ramos e, posteriormente, relegada a ser uma atração complementar em shows de algumas aberrações do pagode-pop paulista, apesar de ter entrado na ala de compositores da Mangueira numa época em que isso era um feito de difícil realização.

Tanto a música quanto a ciência desse destino justificam o título do post.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mulheres Q Dizem Sim é uma banda incrível, que mistura uma de coisa. Li em algum lugar que influenciaram Los Hermanos. Gosto das letras. Tem algo de assumidamente experimental (Fogo Fátuo é o limite). Gosto de quase todas do único álbum homônimo de 1994. Sugiro ET e SOS.
A mais famosa/pop deles é Eu sou melhor que você, que tem um clipe... Drag + anti-gênero + machista, sei lá...