Há alguns paradoxos na indústria cultural. Por exemplo, a imposição de um roteiro concorre com a emergência de subculturas - mas neste capitalismo, que é anti-essencialista por definição, as subculturas trafegam da margem ao mercado com muita rapidez. Dessa dialética nasce fenômenos como brancos cantando músicas de negros, em uma forma pasteurizadamente adequada para ouvidos da "tradição ocidental". Outro exemplo paradoxal da indústria cultural: a divulgação massiva de um lado A de determinado artista cria um nicho produtivo de ouvintes lado B, àvidos pelo erro, gravações solenemente esquecidas, bootlegs. Isto é verdadeiro para os Beatles, Radiohead, Los Hermanos... Também é para Amy. "Amy Winehouse live at BBC" traz uma Amy sofisticada, com uma voz estonteante, em gravações excepcionais, arranjos menos vendáveis. Um álbum para ouvintes lado B.
Atenção para músicas da fase Frank, inclusive Best Friends e as interpretações límpidas de Rehab e To know him is to love him.
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