São Paulo é como um mundo inteiro.
Em um centro cultural insuspeito jovens marginais, odores elitizados e poeiras ambulantes repartem cadeiras barulhentas em busca de um bocado de lazer. Mas este post não é sobre a sessão de curtas, e sim sobre a descoberta de João do Morro, que se deu por meio de um curta chamado Do morro!, Mykaela Plotkin e Rafael Montenegro, 2010.
O artista (?) pernambucano, para alguns pilheriador, para outros cronista, para terceiros nada senão cantor de arroxa, lambada ou seja lá o que for aquilo, chama a atenção pela sua cosmovisão, e é a atração unânime em todas as classes, das quais brotam as galeras que o querem apreciar.
O hit Ei Boyzinho (Papa-frango), que inclusive indico como forma de conhecer o cantor, foi preocupação do movimento gay recifense, pelo fato de a letra da música apresentar algum teor pejorativo. Todavia, o discurso intelectualizado quer fazer de João um cronista realista que mantém a fidedignidade da interpessoalidade em um mundo de conservadorismo em que as subversões são veladas pelos transgressores.
Em suma, João chegaria mais perto daquilo que idealmente se chama não ter papas na língua.
Seu myspace é engraçado.